Olá, aqui é o Professor Rodrigo Ramalho e gostaria de fazer uma pergunta indiscreta…

Você já sentiu vontade de dar um soco em algum condutor folgado? Se a reposta é, sim, não se preocupe: você é uma pessoa normal. Sentir raiva no trânsito é algo absolutamente previsível. Mas se você costuma se envolver em discussões no trânsito, cuidado! Você pode estar prestes a se envolver em uma briga de trânsito. Estes conflitos urbanos se tornaram uma epidemia e causam diversos prejuízos, desde pequenas colisões, passando por agressões físicas e até culminando em homicídios no trânsito por motivos banais.

Mas por que o trânsito está ficando tão violento? Por que os condutores estão tão agressivos? Para estas perguntas existem várias respostas, em meu livro “Educação Emocional no Trânsito: o medo e a raiva dos condutores” proponho que o condutor passa por um ciclo de emoções de medo e raiva que motiva um comportamento de risco.

BRIGAS DE TRÂNSITO
A violência no trânsito afeta a saúde física e mental dos condutores. Continue lendo o artigo e: jamais se envolva em uma discussão no trânsito. Lição principal!

Este ciclo acontece a todo momento nas situações de trânsito e podem ser ocasionados por diversos estímulos, sejam eles externos ou internos, como, por exemplo, o medo de se atrasar para um compromisso ou a raiva diante dos obstáculos. O problema é quando o condutor sente raiva, seja qual for o motivo, e não consegue controlar o impulso agressivo que esta poderosa emoção produz.

Portanto, voltemos à primeira pergunta deste artigo sobre o sentimento da raiva, porque a experiência das emoções é normal e até necessária. O dilema reside no que você efetua quando está com raiva, entende?

Buzinar, xingar e exibir gestos obscenos é a forma mais fácil de “expulsar a energia” da ira, mas é a forma mais fácil de começar uma briga de trânsito. Portanto, a minha principal orientação é evitar o quanto possível estas reações.

Gosto de comparar a RAIVA como um ser vivo: ela nasce, cresce, se reproduz e morre. Sua morte será declarada quando você desvia o pensamento do estímulo que a produziu. O desafio é não deixar que ela se reproduza. Isso acontece justamente quando exibimos “sinais” de agressividade para o outro. É aí que ela inicia um novo ciclo de vida no outro condutor que provavelmente poderá corresponder ou até aumentar o seu grau de intensidade (o que geralmente acontece).

Assista a esta reportagem no Programa “Mais você” e observe as consequências. No final da reportagem dou algumas dicas importantes para você colocar em prática. Assista agora!

 

Para evitar essas situações desagradáveis e as suas consequências, você pode criar uma “blindagem cognitiva” através de simples ações. Confira as dicas abaixo e comece hoje mesmo!

>> Procure não cometer infrações

Muitas brigas de trânsito acontecem quando alguém comete uma infração. Evitar cometer infrações não tem somente haver com as multas, é uma questão de segurança.

Muitos conflitos começam quando alguém comete uma infração de trânsito. Existem condutores (são muitos) que não aceitam as famosas “roubadinhas”. Quando isso acontece, costumam protestar ou até dificultar a manobra para o outro condutor iniciando uma discussão, além disso, você evita possíveis acidentes e multas.

>> Não leve seus problemas para o trânsito

Quando o condutor leva os seus problemas pessoais para o trânsito, fica muito mais vulnerável para sentir raiva no trânsito.

Sabemos que é comum estar cansado ou estressado depois de um dia difícil. Mas, descontar sua raiva em outros motoristas não amenizará o fato do seu dia ter sido pesado. Muito pelo contrário, só irá acumular mais situações desagradáveis para você, aumentando o seu nível de estresse. Fique atento se você tem o hábito de descarregar as tensões ao volante, pois isso deixa o seu cérebro “viciado” a reagir com agressividade.

>> Gentileza gera gentileza

A gentileza no trânsito é algo que se coloca em prática e logo se percebe os benefícios: paz de espírito e emoções positivas.

Lembre-se de que você está dividindo a via com outras pessoas que podem estar passando por momentos difíceis ou que ainda podem ter certas limitações e precisam da sua ajuda. Não espere que o outro te dê a preferência. Faça isso sempre, por iniciativa própria, gradualmente você perceberá que as pessoas irão retribuir com sorrisos e sinais de gratidão pela passagem cedida, isso faz com que você se sinta melhor. Dificilmente você vai se envolver em uma discussão utilizando a cortesia como iniciativa para as suas ações.

Conheça mais sobre a Educação Emocional no Trânsito nesta palestra do Congresso Brasileiro da AND

Agora que você já sabe quais são as principais dicas que você deve seguir para evitar as brigas de trânsito, é hora de colocar em prática para garantir “a sua paz no trânsito”.

Te aguardo no próximo post.

Abraços,

Professor Rodrigo Ramalho